terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Leituras de fim-de-semana

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É tempo de completar o bem-sucedido quadro de cooperação política e económica da CPLP com a afirmação de um pilar de cidadania, essencial para consolidar este espaço em percursos de vida, partilha de letras e de sonoridades, que uma comunidade de língua veicula. 
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Em 1974, Sérgio Godinho, cantou que "a sede de uma espera só se estanca na torrente". Depois destes brutais anos de austeridade, temos de gerir com inteligência a torrente, transformando a sua força em energia e progressivamente ir alargando as margens, aplacando a velocidade a que corre o caudal, permitindo navegação tranquila e com rumo certo.»

bem-sucedido? pilar? cidadania? pilar de cidadania? consolidação do espaço em percursos de vida? partilha de letras letras? — e de sonoridades? [e o jindungo, pá?] E a Guiné Equatorial? De que fala exactamente Costa?
O verso de Sérgio Godinho é da cantiga "Liberdade", do álbum "À queima roupa" gravado no seguimento do 25 de Abril.
De que concreto tempo antigo, com que extensão e discriminados tormentos, pretende António Costa libertar Portugal? Que ideia faz António Costa de uma torrente? gerir a torrente? alargando as margens? Que margens? Pode elucidar-nos sobre a navegabilidade das torrentes? Mais ainda, sobre a navegação tranquila numa torrente? Está na cara que o doutor Costa confunde corrente com torrente. Nisso, no charivari silábico, ele é, façamos-lhe justiça, insuperável.
A gente sabe: fica sempre bem trazer um Zeca ou um Sérgio ao discurso político esquerdalho ... nem que para salvar o efeito se force a fazer de rio a enxurrada .  
Enfim, conversa de chacha, tontice, demagogia. 

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Desejo a tod@s um feliz e suculento ano de 2016.»
A doutora — Marta Crawford, "O suco da essência", Notícias Magazine, 03.Jan.2016 — a chapinhar no ridículo do fervor em manobras politicamente correctas, aprendidas no sistema educativo em que, por exemplo e entre milhões de psitacídeos do género, a pastorinha do venerando Boaventura também aprendeu. A propósito,

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Expresso- Há pela primeira vez duas candidatas a Belém. É a evolução da sociedade portuguesa? 
Marisa Matias- Não é evolução: é um enorme reflexo do nosso atraso. Em 40 anos de democracia só tivemos uma candidata — maravilhosa candidata, Maria de Lourdes Pintasilgo. 
[…]» 

Relampejam de esplendor as celestiais cintilâncias sempre que uma BEata chama maravilhosa a uma beata, ainda que a candidata Pintasilgo se tenha extinguido com 7,38%  no dia 26 de Janeiro de 1986, vivia a maravilhada pastorinha em alcouce, peço perdão, em Alcouce e ia fazer 10 anos...  

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AT-T—  Em 2016, vai editar algum disco?
MJV—  Desde há dois anos, tenho composto, por razões pessoais, canções românticas e apetece-me mesmo fazer um interregno. Será um disco de canções sentimentais, para descansar do labiríntico zigurate caralhiforme que erigi.
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Assim é que é falar.