sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Rogério Casanova sobre Donald Barthelme

«Coerência e continuidade (narrativa, temática, etc.) não são propriedades inerentes a nenhum texto, mas sim atributos forjados por convenções pré-estabelecidas – e tão antigas que já só as vemos quando são apontadas e/ou viradas de pernas para o ar. Os tiques do minimalismo (rajadas curtas de informação contingente) podem parecer a coisa mais natural – e naturalista – do mundo, até vermos o que Barthelme faz com eles: “Hubert ofereceu a Charles e Irene um belo bebé pelo Natal. O bebé era um rapaz e o seu nome era Paul. Charles e Irene, que não tinham um bebé há muitos anos, ficaram jubilantes. (…) Onde é que o arranjaste, Hubert, perguntaram Charles e Irene. No banco, respondeu Hubert”.»