quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Inverno à lareira

- Solstice-o você.
- Eu!?
- Sim, você.
- Sei lá como se solstiça, ninguém me ensinou a solstiçar.
- Nem a mim, e no entanto.
- No entanto o quê? Estultícias…
- Desculpar-me-á, mas só as estultiço depois de você o solstiçar.
- Solstiçar quem ou o quê, afinal?
- O frio, ora.
- E se atiçasse os tições?
- Atice-os você que está mais perto da tenaz.
- Atenazo, nesse caso.
- Essa foi pertinaz.
- Cale-se e crepite! Este lume tem cá uma lábia...
- Sabe-a toda.
- Antes ou depois de as estultiçar?
- Como queira, tanto faz. Onde arrumou a tenaz?
- No sítio dela. Então, se não levar a mal, primeiro sabo-a, depois estultiço-as.
- Mas despache-se, que eu já o solsticei.
- Cálice, bela palavra.
- É.

Prá Ana.