segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Voto em transeunte

ainda que às vezes goste tanto, ou mais, ou menos, de menina, cãimbra, soslaio, prestes ou enredo; para não falar de lume ou de celeuma.
Acho luz uma palavra belíssima.

«[…] qual a sua palavra preferida? Um dia, Woody Allen recusou-se a responder, mesmo depois da insistência: «Não posso dizer, a minha mãe pode estar a ver o programa.» Marcello Mastroianni disse «lumière», que não é tão bela como luz, e Françoise Giroud, que dirigiu a revista L'Express, disse «tendresse», que é mais bela do que ternura. Um escritor de quem me esqueci o nome disse «concupiscência». Bernard Pivot também fundou a revista literária Lire e criou os Dicos d'Or, campeonatos de ortografia, que mobilizavam a França com ditados. Foi ouvindo-os, a esses ditados, que eu suspeitei de que a nossa cultura facilitista começou com a falta de duplas consoantes.
[…]»