sexta-feira, 22 de março de 2013

Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Jorge Coelho, José Sócrates...

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Segundo um novo hábito em expansão, quem saiu de cena como político reentra e recicla-se como comentador.
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Mas o que é, afinal, essa "ciência" do comentário político, tal como ela é praticada? Trata-se de um discurso parasitário que reduz a política a mera gestão (isto é, que a confirma e conforta naquilo em que ela de facto se tornou), onde se fazem análises e profecias que não saem do jogo das tácticas e das estratégias. É tudo um jogo, no qual os comentadores falam de um lugar em que se representam como detentores do monopólio da objectivação pública. A resposta a dar-lhes deve consistir em tornar a lógica deles reversível, isto é, em objectivar os detentores do monopólio da objectivação. Devemos então começar por verificar que aquilo a que eles se dedicam e a que chamamos comentário tem o alcance de uma estereotipada fraseologia.
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