sábado, 2 de novembro de 2013

À beira do fim

«[…] À beira do fim há sempre tanta coisa que começa. Uma das lembranças que me são mais queridas provém, por exemplo, do último internamento do meu pai. Recordo-me de, por dias e dias, andar de mão dada com ele, muito devagarinho, no grande corredor do hospital. Eu passava-lhe toda a força que podia com a minha mão. Mas a sua mão era maior do que a minha. E sei que ainda é.»

José Tolentino Mendonça, “Aprender a morrer| Expresso/Revista, 02.Nov.2013