terça-feira, 18 de março de 2014

Rita Ferro

- O que é que dizem os seus olhos?
- Às vezes, mentiras.
Mantenho desde os anos 70 do século passado, quando encomendava discos à Lúcia de Abreu e livros à Marta Neves [grandes cacas alguns, enfim],  um crescente fraquinho por Rita Ferro, escritora.
Decepciona-me a leviandade preguiçosa com que se apouca a valia de uma pessoa como ela.
E não, não preciso de neste verbete falar de mais alguém ou de alguma coisa de que goste, para "compensar" a altíssima recomendabilidade dos meus gostos ante leitores do Chove que desdenhem, como eu, de escritoras como Margarida Rebelo Pinto ou, vá, Mónica Marques.
"Veneza pode esperar".
Ia para citar Albert Einstein, que fica sempre bem citar num blogue culto - É mais difícil desfazer um preconceito do que um átomo. -, mas confirmo o que receava: é muito mais fácil dinamitar um preconceito do que confirmar na internet a autenticidade de uma citação. Quando, onde, em que obra, em que carta, a quem, em que circunstância e de que exacto modo Einstein disse ou escreveu isso? Átomos, então, cindo-os como quem descasca pevides.
Todavia, não me decepciona menos a preguiça leviana com que se enaltece a mediocridade.
E assim sucessivamente