segunda-feira, 20 de abril de 2015

Como vou conseguir continuar a pôr a cruzinha nesta gen..., perdão, corja?

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São tão parecidos, o roto e o nu, que dificilmente se poderiam encontrar, no desgraçado Olimpo da política portuguesa, duas almas tão gémeas (com a excepção dos trigémeos Duarte Lima, Dias Loureiro e Oliveira e Costa): a mesma origem beirã, o mesmo fascínio por Paris, a mesma imitação de Jack Lang, o mesmo gosto pela passadeira vermelha - que percorrem com os mesmos fatos impecáveis -, a mesma vocação filosófica, a mesma propensão para serem alegadamente culpados, o mesmo hábito de serem regularmente presentes a juízes; e, o mais importante, o mesmo PS.
Carrilho e Sócrates são figuras principais de um PS que todos gostaríamos de esquecer, menos, aparentemente, o próprio PS, que todos os dias o lembra a toda a gente: um PS que alegadamente bate na mulher; um PS que alegadamente recebe dinheiro sujo; o PS de Carrilho e Sócrates.
Como poderá um cidadão, minimamente decente, rever-se nesta gente?
Como poderá um cidadão, preocupado e atento à política, confiar num partido que alberga tamanha corja lavadeira de roupa suja?
Como poderá um cidadão, simultaneamente farto das políticas de hoje e dos escândalos dos políticos e dos empresários de ontem, acreditar que o PS está diferente, quando uma súcia de socialistas passa dias a cantar "grândolas" à porta da prisão de Évora?
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Pedro Bidarra, "Diz o roto do nu" | DN/Dinheiro Vivo, 18.Abr.2015