quinta-feira, 26 de novembro de 2015

XXI Governo Conchtucional - Século XXI

Às 16h56 de hoje, o senhor Primeiro-Ministro apresentou-se aos trabalhadores, ao povo e ao País - assim diz o camarada Jerónimo de Sousa (ponto 4.) -, anunciando e garantindo sequencial e literalmente:
.  um governo coerente, estável e duradouro
.  prioridade ao crescimento económico, à criação de emprego, à redução das desigualdades
.  virar de página da austeridade
.  mais crescimento, melhor emprego e maior igualdade
.  maioria estável que assegura, na perspectiva da legislatura, o suporte parlamentar duradouro a um Governo coerente
.  um Governo de garantia
.  persistência e continuidade no investimento, no conhecimento e na inovação
.  promoção da saúde
.  redução das desigualdades
.  um tempo novo para Portugal e para os portugueses
Um tempo novo - é essa, verdadeiramente, a nossa ambição.
Um tempo novo para a vida das famílias, dos trabalhadores e das empresas; um tempo novo para a economia e para o emprego; um tempo novo para o Estado e para os serviços públicos; um tempo novo para o combate à pobreza e às desigualdades; um tempo novo para a aposta nas chaves do futuro - a Ciência, a Educação e a Cultura; um tempo novo, enfim, de oportunidades e de esperança, que assinale, de uma vez por todas, o reencontro das prioridades da governação com os projectos de vida dos portugueses que têm direito a ser felizes aqui. (…) Este é, portanto, o tempo da reunião. Não é de crispação que Portugal carece, mas sim de serenidade. Não é altura de salgar as feridas, mas sim de sará-las.»]

Ou seja, se tudo correr bem na perspectiva da legislatura, o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda apresentar-se-ão nas eleições de 2019 sem nada, ou com coisa pouca, que lhes permita, como alternativa contrastante, disputar votos ao Partido Socialista. E extinguir-se-ão pela ordem natural das coisas.
Bem visto. Sorte, doutor António Costa!

Mais falou ainda, (tres)lendo, o senhor Primeiro-Ministro, mas isso agora interessa pouco:
.  é sobretudo com profundo sentido de serviço ó País e à República que hoje assumo, diante de todos os portugueses, meus concidadãos, a exigente tarefa de liderar o Governo de Portugal.
.  são inaceitáveis, erradas e, além do mais,
inconchtucionais, as pretensões que pretendem pôr* em causa os alicerces em que assenta o nosso contrato social
.  Hoje empossado por Vossa Excelência, senhor Presidente, o XXI Governo
Conchtucional torna-se o Governo de Portugal. É agora tempo de assumirmos todos, por inteiro, as nossas responsabilidades, o que quer dizer, no que respeita ao Governo, a máxima lealdade e cooperação inchtucional com o Presidente da República.
.  enfrentar os bloqueios estruturais à competividade
.  não recuperamos competividade por via do empobrecimento colectivo
.  Para acudir ós verdadeiros problemas, todas as Portuguesas e todos os Portugueses são necessários.
.  a conduta do XXI Governo
Conchtucional pautar-se-á, pois, pela moderação.
.  Uma palavra, também, de sentido agradecimento a todos aqueles, mulheres e homens, que, de forma tão generosa, aceitaram o meu convite para integrarem este XXI Governo ConchtucionalFoi para um projecto entusiasmante que vos convidei. E é com a vossa dedicação e o vosso entusiasmo que conto, para que o XXI Governo Conchtucional ajude Portugal a triunfar nos desafios do século XXI.
.  É para servir Portugal que aqui estamos. Essa é, aliás, mesmo a única razão de ser**: Portugal.
Muito obrigado.»
Eram exactamente 17h15, Portugal acabara de entrar num tempo novo.

«[...]
é questão apenas de a humanidade viver outra vez
tanto como viveu até hoje
ou de mais ainda,
é questão de mais tempo,
ainda mais tempo,
é o tempo que há-de fazer
o que apenas se pode atrasar.

[...]»
José de Almada Negreiros, "Rosa dos Ventos"
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* Que tal «as pretensões de pôr»?...

** Foi o que o doutor António Costa disse [minuto 18:30]. Cá para mim, «mesmo a nossa única razão de ser» é que talvez fizesse sentido.